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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Criando raízes e lidando com estresse

Não creio que cheguei a contar como sobrevivi meu segundo ano da faculdade. Foi tão estressante que eu pensei em desisti inúmeras vezes, eu tinha crises de choro, passava várias noites em claro pensando em como ia dar conta da quantidade de coisa que tinha pra terminar, desenvolvi um distúrbio alimentar que me fez engordar oito quilos em quarto meses. Passei raiva com professores que estão pouco se fudendo se você precisa de uma ajuda, mesmo que seja só uma indicação sobre qual direção tomar em determinado projeto. Também passei muita raiva com alguns colegas de sala com quem fui obrigada a fazer trabalho em grupo e que me faziam sentir um lixo super inútil. 

Foi um ano traumático e eu estou extremamente feliz que acabou e que agora eu posso fazer seis meses de estágio sem precisar lidar com estresse de faculdade. Eu ainda sou obrigada a seguir uma aula a cada duas semanas e eu escolhi mais dois cursos facultativos durante esse período de estágio. Um desses cursos (video editing) é algo que meus patrões acham super legal eu fazer e eu posso anotar as horas do curso como se fossem horas trabalhadas. Mas o importante é que esses cursos facultativos eu to fazendo simplesmente por interesse próprio e não porque preciso de nota, então se eu perceber que estou ficando sobrecarregada eu posso deixar de fazer um trabalho ou faltar uma aula sem o menor estresse. 

Depois de dois meses de férias me recuperando do trauma e estresse que foi o segundo ano, eu comecei meu estágio. Quando eu comecei a pensar no que eu queria pro meu estágio (lá pra outubro do ano passado), eu decidi que queria ir pra Espanha. Seriam seis meses morando lá, aprimorando meu espanhol, lidando com outra cultura, etc. Eu já estava até começando a olhar o que eu era necessário pra fazer estágio lá, mas daí um casal de amigos meu deram meu contato pra um casal de amigos deles que têm uma agencia de comunicação. Eles me enviaram email dizendo que estavam interessados no meu perfil e perguntaram se a gente poderia se conhecer. Fui tomar um café com eles e conversa vai, conversa vem, a gente percebeu que PRECISÁVAMOS trabalhar juntos. 

A agencia é super pequena, tem a dona e o namorado dela que é meio que dono também e uma outra menina que trabalha pra eles. Então somos só nós quatro no escritório, mais a cachorrinha linda e fofa deles que passa o dia todo aqui com a gente. Eles são super flexíveis quanto à horários de trabalho e tarefas que preciso cumprir, não há estresse e nem hierarquia. E como eu disse, até o curso que estou fazendo vai contar como horas trabalhadas. Um bom exemplo foi no meu terceiro dia, tava fazendo calor (provavelmente um dos últimos dias de calor do ano) e o "patrão" (eles odeiam que eu me refira a eles como patões) disse pra gente mandar o trabalho se fuder e ir tomar uma cerveja no barzinho da esquina. Então, às 15h a gente fechou o escritório e fomos, com eles pagando ainda por cima....se continuar assim eu acho que nunca mais vou conseguir trabalhar em nenhum outro lugar, vou ficar mimada hahahaha. 

Alguns dos meus colegas de sala foram fazer estágio em outros países, uma delas está escrevendo um blog e quando eu li me bateu um questionamento. Porque será que eu desisti de ir pra Espanha tão facilmente, depois de uma unica entrevista bem sucedida aqui na Holanda? Eu nunca tinha parado pra pensar nisso antes, mas eu acho que encontrei a resposta. Não pode ter sido por medo, né? Afinal, estamos falando de uma pessoa que largou tudo que conhecia e que lhe era familiar pra trás, sem nem mesmo a segurança de um visto, pra vir tentar a vida por aqui sem pensar duas vezes. Então uns míseros meses na Espanha não assustariam essa pessoa, certo? A diferença é que aquela Liss do incio de 2008 não tinha nada à perder, nunca teve a sensação de um lar de verdade e a maioria das pessoas que ama ou já tinham deixado o planeta Terra ou moravam em outras cidades, estados, países. Aquela menina não deixou nada pra trás que a prendia lá. A Liss de 2014 tem muito mais a perder, ela tem um lar, um apartamento lindo onde moram seu marido e seus dois gatinhos super carinhosos e companheiros (tanto os gatos quanto o marido). Essa Liss morreria de saudades de casa todos os dias, sem a menor sombra de dúvidas. A Liss que vos fala criou raízes e agora fica muito mais difícil de simplesmente largar tudo pra trás, mesmo que seja só por seis meses. 

Eu ainda pretendo estudar na Espanha durante o quarto ano da faculdade, mas aí vai ser por oito semanas ao invés de seis meses. Mesmo assim, só a ideia de passar oito semanas longe de casa já dói o coração. Mas não adianta sofrer por antecipação, eu ainda tenho o terceiro ano inteiro pra cursar antes de ter que decidir se vou ou não pra lá. A notícia boa é que o primeiro semestre do terceiro ano será fazendo estágio nesse escritório com essa vista linda e esse povo legal e essa cachorrinha fofurinha. Sem estresse de faculdade ou ter que aturar colegas de sala insuportáveis. Estou feliz onde estou e quando o expediente acaba eu vou pra casa ficar com meu marido lindo e meus gatinhos perfeitos....e assim a vida segue bem mais leve do que estava três meses atrás :-D

2 comentários:

  1. Estou muito feliz em ler esse post.

    Apesar do ano stressante, é bom saber que você encontrou um trabalho assim tão bom e que finalmente tem um lugar pra chamar de lar e uma família.

    Você merece e que bom que o blog esta a todo vapor :D

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  2. Ai, falou em estresse na faculdade eu entendo... O meu semestre de inverno foi infernal, fiquei bem deprê mesmo, mas arranjei um emprego de verão e minha auto-estima aumentou. Agora as aulas voltaram e o combo estresse + depressão está tentando me assombrar novamente, mas eu não vou deixar, vou lutar com todas as forças para me manter de cabeça erguida! ;)

    Beijos e boa sorte pra gente!

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