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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Bandas que mais marcaram a minha vida - parte 4

Como vcs já devem saber, eu ando dedicando meu tempo com as obras do apê, mudança da Bélgica pra Holanda e burocracia pra conseguir meu visto holandês. Portanto, eu não tenho muitas novidades pra contar e não quero ficar "flodando" esse blog falando somente sobre isso. Por isso hoje eu escolhi falar mais uma vez de uma artista que me influenciou muito quando eu estava formando meu gosto musical lá nos anos 90.

Desde 1995 a MTV se tornou uma importante parte da minha vida (e deixou de ser por volta de 2000 quando eles deixaram de ser a MUSIC Television). Nessa época eu conheci vários artistas que me fizeram mudar meu conceito sobre musica e com a MTV eu pude criar meu próprio gosto musical. Mas isso já foi mais do que dito aqui no blog e eu não quero ficar repetindo tudo que digo. Se quiserem ler mais sobre isso, clique aqui, aqui e/ou aqui.

Enfim, essa pequena introdução sobre meu relacionamento com a MTV na década de 90 é necessário pra falar da artista de hoje. Fiona Apple. Foi lá pro meio de 1996 que eu conheci essa cantora que me fez babar e me apaixonar por ela, sua voz, suas composições, suas letras e sua beleza exótica. Fiona tinha só 16 anos quando gravou seu primeiro álbum Tidal. Um álbum cheio de raiva e melancolia, mas com letras e melodias tão maravilhosas que deixavam qualquer pessoa de queixo caído. O que mais me chamava atenção nela, além de sua musica maravilhosa e sua voz grave e potente, era sua paixão pelo que estava fazendo. Suas performances deixavam qualquer pessoas desorientada com tanta paixão. E eu no inicio da minha adolescência, acabei me tornando fã na primeira vez que eu assisti ao seu primeiro clipe, Shadowboxer:

Logo após do sucesso de Shadowboxer, Fiona mostrou que não era só mais uma adolescente bobinha e apareceu num clipe que deixou público e mídia sem entender direito. Uma beleza exótica seguida pro um corpo extremamente magro, quase anoréxico, num clima de "ressaca depois de festa" que induz que Fiona já não tinha mais nenhum tipo de inocência. A musica era forte e impactante e o clipe não fica pra trás. Criminal é até hoje uma das musicas que mais gosto dela.

Fiona Apple cresceu em Nova Iorque e aos 12 anos, voltando da escola pra casa, foi estuprada pro um grupo de garotos anos mais velhos. Durante a adolescência Fiona sempre foi problemática, tímida e fechada pra novos amigos e novas experiências. Ela passava seus dias trancada no seu quarto tocando piano e escrevendo músicas e segundo ela mesma, sofrendo de um severo distúrbio alimentar  (nunca foi revelo qual). No final de 94 ela enviou algumas demos de algumas musicas pra gravadoras e em 95 ela começou a gravar seu primeiro álbum.

Depois de 2 anos divulgando Tidal e fazendo tournê pelo mundo, Fiona tirou algum tempo de folga pra começar a compor seu segundo álbum. Em 1999 saiu o aclamado When The Pawn...O álbum era um mix de jazz, soul e pop com muita agressividade, raiva, e angústia. Ela manteve as características de seu primeiro álbum, mas é muito nítido seu amadurecimento não só como musicista mas também como pessoa. Musicas como A Mistake e Paper Bag mostram que Fiona não consegue fazer musicas ruins. O single desse álbum é Fast As You Can, um clipe super alternativo mostrando uma Fiona usando roupas casuais, cabelo preso e nenhuma maquiagem.

Novamente Fiona estava em processo de divulgação de um álbum e fazendo tournê mundial com ele. Depois disso ela resolveu dar um tempo na musica e se dedicar a outras coisas na vida. Depois de alguns anos Fiona resolveu gravar seu terceiro álbum mas, infelizmente, a indústria musical passou por várias mudanças desde os anos 90 e Fiona teve problemas com sua gravadora. Eles não queriam aceitar seu álbum porque alegaram que não haviam hits nele. Então, quando Fiona anunciou que não faria um álbum se não pudesse sair exatamente do jeito que ela queria (sem os palpites da gravadora), seus fãs se mobilizaram e criaram o movimento Free Fiona. O movimento consistia em um website, envio de cartas diárias a gravadora, petição assinada pro não sei quantas milhares de pessoas e milhares de maçãs (appels) despejadas na porta da gravadora. Com toda essa mobilização, a gravadora autorizou Fiona a finalizar seu álbum dando-a liberdade de fazer tudo do seu jeito.

Foi assim que em 2005, Fiona lançou o maravilhoso Extraordinary Machine. O álbum mostra Fiona como uma mulher madura, crescida e muito mais segura de si. Fiona se expressa com mais nitidez e menos medo de ser julgada por ser quem é. O primeiro single O'Sailor é talvez uma das melhores musicas de sua carreira e eu, particularmente, acho que é graças a esse álbum que cantoras como Amy Winehouse, Adele, Duffy, etc (todas surgiram depois desse álbum) conseguem seguir nesse estilo musical e ainda ganhar dinheiro e serem famosas.


Apesar de todos os esforços dos fãs e de Fiona, Extraordinary Machine não foi um sucesso de vendas (o que não é de surpreender, pois o mercado pra esse tipo de musica se abriu algum tempo depois) e a gravadora resolveu não investir mais na divulgação do álbum depois do clipe de O'Sailor. Mas isso não foi impedimento pra Fiona e ela decidiu continuar divulgando seu álbum e fazendo clipes com seu próprio dinheiro. Foi assim que surigiu o clipe de It's Not About Love com seu amigo e ator Zach Galifanakis (The Hangover e Due Date). O clipe custou menos de 500 doláres e Fiona mostrou que não é preciso muito dinheiro pra fazer algo legal.  

Desde 2007 (quando acabou a trounê) Fiona está usando seu tempo pra viver sua vida e trabalhar em novas composições. Desde o ano passado estão rolando rumores na internet de que Fiona estaria preparando um novo álbum pra ser lançando no final desse ano. Tomara que seja verdade pois, pros fãs como eu, 6 anos sem nada novo é uma tortura!!

Alguns anos atrás perguntaram pra a ela o porque de suas músicas serem cheias de raiva, tristeza e melancolia e essa foi sua resposta: 
"I only write when I'm angry or sad, so because that's when I just have to write... If I'm having a good time and I'm happy and things are going really well, why would I want to stop what I'm doing to go and write at the piano?" 
"Eu só escrevo quando estou com raiva ou triste, só porque é nessas horas que eu preciso escrever....se eu estou me divertindo e feliz e tudo está indo muito bem, porque eu vou parar o que estou fazendo e sentar no piano e compor?"

Com  essa declaração, eu encerro esse post sobre uma das cantoras que mais mexem comigo até hoje, quase 15 anos depois da primeira vez que a vi na MTV...


Vou deixá-los com uma apresentação ao acústica, pra vcs verem que ela não detona só em estúdio mas é uma das poucas cantoras no mundo que soam melhor ao vivo do que no álbum:

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